domingo, 5 de abril de 2009

CARÁTER CRISTÃO: O FRUTO DA ALMA
Quem é você quando ninguém está olhando?
Extraído de um sermão de Joe Bishop
Estamos vivendo nos últimos tempos, quando Jesus poderá vir a qualquer momento. No entanto, se Ele demorar, a Igreja provavelmente enfrentará perseguição mais intensa. Eu acredito que a habilidade de resistir à perseguição gira em torno do que chamamos de “Caráter Cristão”.

Nosso caráter está relacionado com quem somos quando ninguém está olhando. Nossa reputação, por outro lado, diz respeito à nossa conduta como é vista ou percebida por outros. “Boa” conduta sem caráter se torna hipocrisia. Isto foi revelado à igreja em Sardo: “Ao anjo da Igreja que está em Sardo escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto!” (Apocalipse 3:1).
O livro de Apocalipse foi escrito, de certa forma, como uma profecia dos últimos tempos. Também foi dado como uma advertência para a Igreja. Nós, como cristãos, somos a Igreja. Já que Jesus pode vir a qualquer momento, nós temos que prestar atenção às advertências. A mensagem de Deus para os de Sardo era que eles tinham um nome – uma boa reputação – porém estavam mortos. Eles estavam vivendo em hipocrisia. Um bom nome é importante e nós queremos tê-lo. A base da nossa reputação, no entanto, deve ser a de um Caráter Cristão. Isso é o que nos ajudará a resistir a qualquer perseguição que nós tenhamos que enfrentar.
Deus está interessado em quem realmente somos. Algumas vezes nós podemos ser enganados por algumas coisas que parecem boas externamente, mas Deus nunca pode ser enganado. Minha família viveu por um tempo em Woodlake, Califórnia – Estados Unidos. Muitas frutas e hortaliças crescem em abundância nessa área, e algumas vezes nossos vizinhos ou pessoas da igreja nos deixavam uma sacola cheia de frutas e hortaliças em nossa porta. Certa noite, chegamos em casa da igreja e nossas filhas estavam com fome. Alguém havia deixado uma sacola de frutas na nossa porta, então minha esposa disse às crianças que comessem algumas das maçãs que essa pessoa havia trazido. Elas começaram a comer, e enquanto comiam se ouviam sons de desagrado. “Uh! Isto não está bom!” As crianças não podiam nos dizer exatamente o que estava errado com a maçã, mas elas sabiam que não tinha um sabor agradável. Quando examinamos as maçãs mais de perto, percebemos que não eram maçãs, mas eram marmelos! Veja como podemos ser enganados pelas aparências, mas Deus não se engana.
No Antigo Testamento, lemos que o Profeta Samuel foi instruído por Deus para ir à casa de Jessé e ungir um dos seus filhos para que fosse o rei. Quando Samuel conheceu o filho mais velho de Jessé, viu que ele era um jovem vistoso e teve certeza que ele era o ungido do Senhor. O Senhor lhe respondeu, “O homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” Deus sabe o que está dentro, e escolheu ao invés deste, o filho mais jovem.
Nós não podemos produzir frutos espirituais em nossas vidas da mesma forma que o agricultor não pode produzir frutos em suas árvores. Deus é o Único que fez a semente. Ele é o Único que dá crescimento à árvore, o aparecimento de seus ramos e folhagens, a germinação e a formação do fruto. O agricultor não pode fazer isso, ele somente coopera com Deus. O mesmo é verdade espiritualmente.
Em nossa casa gostamos de decorar uma árvore para o Natal. Normalmente não faz nenhuma diferença que tipo de árvore compramos, porque de qualquer modo não a podemos ver – pois tem um montão de coisas penduradas nela! Mas eu nunca vi um abeto produzir luzes elétricas. Eu nunca vi um pinheiro produzir enfeites de vidro em seus ramos. Essas coisas, somos nós quem as pomos nas árvores.
A Biblia nos diz claramente que, como Cristãos, temos que fazer certas coisas. Envolve ação. No entanto, Deus está mais interessado em quem somos do que no que fazemos. Boas obras não nos salvarão. Podemos fazer todas as boas obras das quais já ouvimos, e não serão suficientes. Podemos ser bem zelosos ao contribuir para o fundo missionário. Podemos dar esmola a um mendigo na esquina da rua. Podemos servir na cozinha ajudando a preparar comida para os outros. Mas se ao mesmo tempo estivermos degradando as nossas esposas ou esquecendo de atender nossos filhos, alguma coisa está errada. Caráter é algo que vem do coração. Bom caráter produzirá bom fruto, mas apregoar boas obras quando o coração não está reto é como pendurar ornamentos em uma árvore. Pode parecer ótimo, mas não é real. Nós nunca teremos Deus em nossas vidas por fazer boas obras, mas uma vez que temos Deus em nossas vidas, então haverá boas obras - bom fruto.
Considere virtude – um dos atributos do caráter que devemos possuir. Em 2 Pedro 1:5 nos foi dito, “acrescentai à vossa fé a virtude” Como podemos conseguir virtude? Fazendo algo virtuoso? Talvez tenhamos decidido sermos bem cuidadosos em nos vestirmos modestamente. Nós podemos fazer isso de forma muito virtuosa, entretanto damos meia volta e criticamos, contestamos ou reclamamos. Se este for o caso, então alguma coisa está errada! Não importa o que dizemos, ou as boas obras que fazemos, ou o que as pessoas pensam de nós, se não temos um coração que queira fazer a coisa certa, então há algo errado. Queremos ter o fruto que vem da alma, porque isso é o que vai nos proteger em tempos perigosos. Uma máscara externa não fará nada por nós quando as provas chegarem.
Alguns membros de nossa igreja estão envelhecendo e enfrentando dores, sofrimentos e solidão – circunstâncias que os deixariam desanimados se não tivessem algo real em seus corações. Em vez de reclamar, eles dizem, “Eu ainda tenho ao Senhor!” Algumas vezes doenças aparecem e destroem o corpo ou a mente, mas não podem tirar do coração o que o Senhor tem feito. Isto é Caráter Cristão. Quando tudo mais se vai, nós ainda temos o que está em nossos corações.
Quando nós temos Caráter Cristão, a evidência está em nossa conduta. Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz, “Eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou dentro – no coração. Nós lemos em 2 Coríntios 5:17, “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou.
A santificação também é uma experiência definitiva que traz uma diferença em nossas vidas. A palavra de Deus nos ensina que a santificação provê limpeza interior da natureza pecaminosa com a qual todos nascemos. Haverá evidências na sua vida que você foi santificado – purificação no interior que se mostrará na sua vida diária.
Quando você recebe o batismo do Espírito Santo você o saberá, e também os outros. O batismo fará uma diferença em você. Haverá um poder novo em sua vida. O seu relacionamento com Deus se moverá para um novo nível, porque o Consolador estará morando em você. Isso se mostrará!
Traços de bom caráter não são aprendidos em um programa de dez passos ou em livros de auto-ajuda. Eles são mais do que apenas tentar fazer o melhor. Eles vêm através do trabalho de Deus no coração. O que vai nos sustentar em tempos de perseguição e perigo será algo que Deus nos tem dado, não algo que nós temos tentado desenvolver com nossas próprias forças. O segredo se encontra em 2 Pedro 1:3, onde diz que “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude.”
Deus diz, “Sede santos.” Ele não disse para fazermos algo para que aparentássemos santos. Ele diz, “sede” santo. Você não pode fazer a si mesmo santo da mesma forma que não pode salvar-se a si mesmo, mas quando você recebe a santidade de Deus por dentro, sua vida e conduta serão santas e agradáveis à Deus.
Pedro nos instrui no mesmo capítulo, “Acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à ciência temperança, e à temperança paciência, e à paciência piedade, E à piedade amor fraternal; e ao amor fraternal caridade.” (2 Pedro 1:5-7). Ele não nos disse para fazer alguma coisa virtuosa ou piedosa ou boa. Ele nos instrui a sermos virtuosos, piedosos e bons por dentro. Isso é caráter. Deus nos ajudará a sermos assim se orarmos e pedirmos a Ele.
O livro de 2 Pedro não é o único lugar na Bíblia onde podemos encontrar essas instruções de como ser, ao invés de apenas fazer. Sim, há certas coisas que Deus nos diz para fazer, mas há mais coisas que Ele nos diz para sermos. Em Filipenses 2:15 diz, “sejais irrepreensíveis.” Em Apocalipse 2:10 diz, “Sê fiel.” Em Apocalipse 3:2 diz, “Sê vigilante.”
É seu desejo ser como Deus quer que você seja? A ajuda do Senhor está disponível. Este é um alto padrão, e Deus quer nos ajudar a perseverarmos nesta direção. Nós precisamos desta segurança para os últimos tempos. Nós precisamos se quisermos estar prontos para quando Jesus vier. Nós precisamos se quisermos permanecer verdadeiros e fiéis em tempos de perseguição e perigo.
Seu Caráter Cristão resistirá à prova?
Joe Bishop é ministro da Igreja Fé Apostólica em Woodlake, Califórnia – Estados Unidos
A natureza do caráter cristão - lição 1 - 3 trimestre

O caráter do cristão é quem ele é, de fato, não apenas quando está diante do pastor, ou do seu líder, ou mesmo com um grupo de amigos, mas quando está sozinho, e ninguém está observando-o. É a expressão mais exata da sua pessoa, sem máscaras, sem fingimentos ou aparências: o seu verdadeiro ser interior.
Muitas vezes, estamos preocupados em representar um papel, ou transmitir uma imagem, par a impressionar as pessoas que estão ao nosso redor, para parecer que somos inteligentes, amáveis ou respeitados. Muitos cristãos querem que as pessoas pensem coisas boas a seu respeito e demonstram ser santos, por fora, mas a alma está cheia de engano, mentira e pecado. Foi o que Jesus afirmou sobre os líderes religiosos de sua época: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.37).
Como afirmou um grande homem de Deus:
“Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é, reputação é apenas o que os outros pensam que você é.“
(John Wooden).
Alguém já disse, em se tratando de alguém quês está mudando de cidade, reputação é o que diziam quando ele chegou; caráter é o que estão dizendo, agora que ele se vai; ou seja, antes desta pessoa chegar, ninguém lhe conhecia de perto, mas apenas a sua “fama” o precedia. Agora que alguns tiveram a oportunidade de conviver com ele, sabem, de fato, quem ele é.
Um caráter moldado pela Bíblia, portanto, é a maior necessidade de um cristão, principalmente os que lideram, na casa do Senhor. Como disse o general que comandou a operação “Tempestade no Deserto”:
“Liderança é uma combinação de estratégia e caráter. Se você precisa ficar sem um, que seja sem a estratégia.“


Explanação
Como discutimos na semana passada, 2 Timóteo foi escrita para instruir e para encorajar Timóteo quando liderava a igreja de Éfeso. Paulo estava passando a tocha da liderança cristã a seu discípulo.
Na passagem de hoje, o apóstolo mostra para Timóteo quais qualidades e hábitos são necessários se um líder cristão quiser ser bem-sucedido no discipulado. Uma forma de resumi-los é pela discussão da definição do caráter cristão. Qualidades como honestidade, bondade e diligência exemplificam tal caráter. Sem elas, é impossível uma pessoa ser usada efetivamente por Deus. Uma questão crítica para os líderes eclesiásticos é: “Como posso ajudar os membros de minha igreja a desenvolverem um caráter cristão?” Esse é o foco da passagem bíblica de hoje: Paulo direcionou Timóteo a desenvolver o caráter cristão, com a idéia de que ele guiaria outros no mesmo rumo.
Exploração
Uma pessoa recebe automaticamente a natureza cristã no momento em que confessa sua fé em Jesus Cristo. Ela é livre, instantânea e garantida. As Escrituras dizem que o crente é uma nova criatura, porque ganhou uma nova natureza.

O caráter cristão, entretanto, não é instantâneo. Ele é desenvolvido com o tempo, e somente surge quando respondemos apropriadamente às provações e a outras oportunidades que Deus permite acontecerem em nossa vida. Devido ao nosso livre arbítrio na escolha de como responderemos a cada situação, não há garantia de optarmos pela resposta adequada, a qual construirá em nós o caráter cristão. Algumas vezes, selecionamos exatamente o oposto! Respondemos a um acontecimento de tal maneira que, ao invés de nos tornarmos mais parecidos com Jesus, distanciamo-nos ainda mais do seu padrão.
Paulo comunicou a Timóteo a necessidade de uma disposição para ser um obreiro do Senhor. Em 2 Timóteo 2.15, o apóstolo conclamou seu “filho na fé” para apresentar-se a Deus como obreiro aprovado. No verso 21, mostrou como o jovem estaria preparado para fazer qualquer boa obra para Deus.

O Senhor chama os crentes a guardarem a verdade e a comunicá-la a outros; significa que, geralmente, fazer o trabalho de Deus requer trabalhar com pessoas. Assim, Paulo sentiu a necessidade de aconselhar Timóteo sobre como ele e os demais membros da igreja deveriam se comunicar com os outros. No verso 14, por exemplo, convenceu-o a ensinar suas ovelhas a evitarem as contendas sobre palavras. Ele seguiu esse sentimento, declarando, no verso 23 a 26, que os servos de Deus precisam ser capazes de ensinar com mansidão, em lugar de entrarem em discussões acaloradas. (Veja 1 Timóteo 6.3-5 para uma revelação mais completa das preocupações de

Paulo nessa área.) Contender não é uma manifestação do caráter cristão.

Não apenas o método de comunicação era importante, como também seu conteúdo. Nos versos 16, 17 e18, Paulo urgiu Timóteo a evitar os falatórios inúteis e profanos, porque aqueles que habitualmente nisso se empenham afastam-se de Deus. O caráter dessas pessoas fica mais descrente. Exemplificou com a história de dois homens, Himeneu e Fileto, que haviam se desviado da verdade por causa do enfoque não centrado em Deus. Além disso, as idéias que estavam propagando serviram para levar outros a se desviarem da fé em Jesus Cristo.

Uma forma efetiva de resumir a apreensão que devemos ter em relação ao caráter cristão é reconhecer que ele envolve escolhas. Na passagem de hoje, Paulo conclama Timóteo e sua congregação a fazerem boas e efetivas escolhas ao deixarem de lado certas atividades (vs. 16, 20-24) e, em lugar delas, praticar outras (vs. 22, 25-26). Ele também assinalou a principal fonte a ser consultada para se fazer boas escolhas: a Palavra de Deus (v.15).

Encorajamento
Por que Paulo estava tão preocupado com o caráter de Timóteo? Porque sabia que este era um líder em Éfeso; portanto, seu caráter diretamente influenciaria as pessoas daquela congregação.
Quando você olha para sua posição na igreja, quais pessoas percebe serem influenciadas por seu comportamento? Já reparou que seu caráter afetará tanto os membros de sua congregação como os não-cristãos? Conhecendo isso, seria esse um bom momento para você fazer um inventário de seu caráter? Ele poderia ser descrito com certeza como um caráter cristão?

Nos versos 20 e 21, o apóstolo diz que algumas coisas foram feitas para propósitos honrosos e outras, para desonra. Pense em sua vida diária: onde vive, trabalha, estuda, compra, alimenta-se, diverte-se, etc. Numa semana típica, você interage com diferentes ambientes e cada um deles tem diferentes aspectos: alguns para propósitos nobres; outros, para os não tão sublimes. Desses locais, faça uma lista de artigos que deveria ter e, também, do que deveria evitar.

Para Paulo, uma pessoa que se purifica de artigos projetados para propósitos ignóbeis será útil a Deus e estará preparada para fazer qualquer boa obra. Que passos possíveis e práticos você pode tomar para começar a se abster de alguns desses artigos menos nobres que estão disputando sua atenção? Talvez um bom começo fosse pedir o perdão de Deus por se associar a tais coisas.

Além de fugir do que é mau, o apóstolo também orientou Timóteo a procurar o


bem. No verso 22, instruiu-o a seguir a justiça, a fé, o amor e a paz. Olhe sua

lista de coisas nobres presentes em seu dia-a-dia. Quaisquer delas resultam em justiça, em fé, em amor ou em paz? Nesse caso, que passos práticos pode tomar para começar a interagir mais freqüentemente com elas? Talvez possa escolher apenas um desses artigos e fazer algum plano concreto para desenvolvê-lo em seu caráter.

Nós já notamos que o apóstolo apontou a Palavra de Deus como um recurso efetivo para se construir um caráter cristão. Você tem um mecanismo que lhe permite receber uma dose regular da Palavra de Deus? Há algum espaço, em sua rotina, no qual você investe algum tempo só com a Bíblia? Se sua resposta é “não”, então o desafio a fazer todo o possível para mudá-la para “sim”.

Lembre que desenvolver o caráter cristão está relacionado a escolhas. Ninguém pode tomar tais decisões em seu lugar. Só você pode optar por qual direção tomar: a que o levará a ser mais parecido com Cristo, ou a que o afastará dele. Encorajo-o a seguir o caminho que o levará cada vez mais para perto do Senhor. E, uma vez feita a escolha, tome os passos necessários para implementá-la em sua vida. Aqueles que firmemente seguem esse processo serão usados por Deus para abençoarem a vida dos outros.

ephen Neill afirmou diante de líderes aspirantes que, "Os anos entre quarenta e cinqüenta são os mais perigosos na vida de um homem." A razão é, "que esse é o tempo em que nossas fraquezas serão mais facilmente demonstradas...

É muito importante descobrir agora, quando ainda somos jovens, quais são nossas fraquezas íntimas e tratá-las e não permitir que os anos nos desgastem, e então tornarem evidentes nossas fraquezas, justamente na hora em que deveríamos nos tornar líderes e pilares na Igreja" (On the Ministry, Londres, SCM Press, 1952, pp. 34-35).

Mais do que nunca devemos refletir sobre nosso caráter. A queda de um líder não ocorre de um dia para outro, mas, como ovos numa encubadora, os pintainhos devem ser previstos. Somos todos vulneráveis, mas quem se arma contra os inimigos da alma tem chance melhor de vencer que os que não se preveniram.

Adão caiu e juntamente com ele nós todos caímos (Rm 5.12). Esse lapso moral e espiritual de tal forma desfigurou o ser humano que ele vive em contradição consigo mesmo. Nenhuma outra criatura sofreu conseqüências tão devastadoras como o homem. O cão não luta para se dominar, nem aspira melhorar, um gato não cai no vício, nem busca a santificação.

Nós fomos criados para voar no meio das estrelas e rastejamos na lama. Que o homem tem potencial para fazer algum bem não podemos negar; porém, somente o mínimo desse potencial se concretiza em atos de amor.

Observamos um defeito profundo no caráter, uma depravação que contamina todo o seu ser. Paulo lamentava que a conversão não consertou de vez este mal. "Porque eu sei que em mim, isto é na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém o efetuá-lo" (Rm 7.18 ).

Todo cristão sincero almeja alcançar um caráter excelente e ser uma pessoa aprovada diante de Deus e dos homens (2Tm 2.15), mas, os escândalos e decepções provocadas por líderes espirituais, devem criar uma desconfiança em nós mesmos.

O Problema: Um Caráter Mal-Desenvolvido.

Fortes inimigos conspiram contra os cristãos que aspiram por integridade, confiabilidade, honestidade e transparência. As qualidades que Jesus atribuiu aos bem-aventurados se confrontam com forças antagônicas de tal potência que, se não gozarmos de ajuda divina, não se deve esperar a vitória, Desejo refletir sobre falhas de nosso caráter que devemos combater com especial dedicação.

1. A Soberba

O primeiro inimigo, o mais fundamental, deve ser o orgulho que domina o conceito que criamos de nós mesmos e dos outros. O líder brasileiro tem uma propensão grande para a soberba porque facilmente interpreta seu esforço para vencer os muitos obstáculos na vida como digno de algum mérito.

Um curso superior, uma posição de autoridade sobre os outros, facilmente enche o coração de vaidade, especialmente quando se nota que os colegas e amigos não alcançaram nenhuma posição de influência. A soberba se insinua tão sutilmente que persuadimos a nós mesmos que Deus nos deu uma posição de destaque porque somos melhores do que os outros.

Ecoamos no íntimo a oração do fariseu que se auto-congratulava porque, na sua opinião, merecia reconhecimento da parte de Deus e dos homens. Ficou totalmente cego ao olhar para si mesmo. É tremendamente difícil se auto-avaliar e não concluir que somos melhores do que se poderia esperar.

O Brasil não persegue seus líderes espirituais. O pastor, muitas vezes, tem prestígio na sociedade, até comparável a um profissional liberal.

Mas, as Escrituras advertem contra todo auto-prestígio. A primeira carta a Pedro recomenda: "Cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça" (1 Pd 5.6 ).

O orgulho é antipático ao caráter íntegro, por duas razões. Pimeiro, o soberbo acha-se incapaz de cair. Não toma providências necessárias para fugir das tentações.

Segundo, a soberba cria um desprezo para os outros, tampando efetivamente os seus ouvidos contra as advertências que poderiam levantar uma cerca eficaz contra o leão feroz (1 Pd 5.8 ).

2. Liberdade Sexual

A censura do regime militar brasileiro acabou com a devolução do poder aos líderes civis. O resultado se observa nos grandes cartazes da revista playboy adornando nossas avenidas.

Filmes, novelas, vídeos, programas de TV, juntamente com dezenas de revistas nas bancas, nos deixam atônitos pela falta de pudor. O carnaval e as praias brasileiras conspiram juntamente para derrubar a castidade. Haveria um crente sequer que se defende cuidado-samente destes assaltos à mente pura ( At.5,28 )? Haveria um cristão que sente-se envergonhado com a beleza do corpo transformado numa cilada de tentação?

O efeito desta guerra acirrada contra a pureza, parece ser destruição da resistência. Antigamente as leis e a própria sociedade protegiam a população desta proliferação de "libertação sexual".

As massas, no dia de hoje, servem de pornografia legalizada em doses que outras gerações achariam incríveis. Torna-se tão natural que parece que voltamos à selva para curtir a nudez! Que é que o cristão deve fazer? Jó disse: Fiz aliança com meus olhos, como, pois, os fixaria eu numa donzela?" (31.1).

Nossa auto-confiança por si mesmo pode nos largar na hora da tentação se não tomarmos as necessárias providências. Não imaginemos que a Davi faltou um bom caráter; mas, caiu no adultério numa hora em que descansava confortavelmente no palácio.

Diferentemente de Urias, seu coração retirou-se do campo da batalha física para se entregar ao inimigo dentro de si (2Sm 11.1-11).

O pecado sexual não nos derruba repentinamente, mas surge de uma atitude relaxada em relação aos apetites e sensualidade. O caráter falha se não tiver princípios firmemente fundados na Rocha. Rigorosa disciplina é pouco diante da força da tentação.

O Pasto David Wong, do Instituto de Liderança Avançada, no Havaí, sugere três princípios para manter discreção sexual:

1. Estabeleça uma linha demarcada para controlar seu relacionamento com mulheres e homens;

2. Cultive um forte relacionamento de amor com sua própria esposa ou marido;

3. Redima o tempo: não permita que imaginação e fantasia quebrem sua comunhão com Deus.

Jonathan Edwards viveu em harmonia consigo mesmo seguindo várias resoluções. Uma delas vale a pena adotar: "Resolvi, a partir deste momento, e até a minha morte, jamais agir como se a minha vida me pertencesse, mas como sendo total e inteiramente de Deus."

3. Integridade na Área de Finanças

O caráter do cristão se revela na maneira que maneja o dinheiro. Paulo tinha grande receio que a condução das ofertas levantadas nas igrejas de Macedônia e Acaia, para os irmãos pobres da Judéia, trouxesse motivos para questionar sua integridade.

Insistiu que as Igrejas mandassem com ele cinco irmãos para evitar que qualquer possibilidade de acusação ganhasse credibilidade.

Não foi apenas Judas que se aproveitava da tesouraria dos discípulos para satisfazer a sua avareza. Pregadores munidos de escassos escrúpulos apareceram em Corinto para tirar vantagens financeiras "mercadejando a Palavra" (2Co 2.17).

Paulo se esforçava para sempre ter uma "consciência pura diante de Deus e dos homens" (At 24.16). Hoje o descaso na área de finanças não combina bem com o alto padrão de caráter cristão, segundo a Bíblia.

A avareza é condenada como pecado mortal (1Co 6.10): "Amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores" (1Tm 6.10). Paulo foi inspirado por Deus para nos mostrar o perigo que corremos quando permitimos que esse amor idólatra encontre guarida em nosso coração.

Nossa sociedade consumista encoraja contratação de dívidas que a Palavra de Deus proíbe (Rm 13.8 ). A marca do caráter cristão é o contentamento com o que Deus nos dá(1Tm 6.6). Foi parte da disciplina do amadurecimento do caráter de Paulo que o levou a dizer: "aprendi a viver contente em toda e qualquer situaçâo"(Fp 4.11). Jesus falou uma verdade de grande valor para nossos dias: "Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração" (Mt.6.21).

4. Auto-Defesa

Mais uma característica do caráter humano é tentar evitar a dor da culpa e não passar a vergonha de confessar publicamente um pecado escandaloso.

Quem já confrontou um irmão mergulhado nalgum pecado deve esperar, de antemão, uma reação de auto-defesa. Nada mais comum do que um pecador mentir num momento de aperto. Acha melhor esconder a transgressão do que confessá-la e alcançar perdão. E nos casos em que não há meio de escapar da veracidade da acusação, o culpado tenta se defender, minimizando a gravidade de suas ações.

Somente um caráter recriado pelo Espírito Santo tem coragem para confessar: "Eu sou o culpado, e mais ninguém". Assim disse Davi: "Pequei contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal perante os teus olhos..." (Sl 51.4). Um caráter bem nutrido na Palavra e fortalecido pela comunhão com Deus, poderá escapar das cadeias de auto-defesa.

Os bem-aventurados de fato, são os pobres de espírito, os que se sentem grandemente beneficiados quando Deus os humilha e exalta o Salvador. Charles Simeon, pregador destacado de Cambridge durante 54 anos, na virada do século 17 achou que toda pregação deveria ter esta prioridade dupla.

Conclusão

Poderíamos debater durante horas sobre quais são os pecados que mais facilmente proliferam em nossa sociedade. Evidentemente, a cultura influencia atitudes de todos os que foram criados num único ambiente. Sendo, o bom caráter, um conjunto de qualidades apreciadas na cultura, pode-se esperar que a cultura formará atitudes e reações típicas.

Como o cristianismo bíblico faz parte da contra-cultura, devemos definir a melhor maneira de combater as tentações características. Hebreus nos alerta contra o pecado "pecado que tão tenazmente nos assedia" (Hb 12.1).

A formação do caráter, segundo o padrão bíblico, sólido e cheio de convicção na Verdade, deve fazer parte da formação de nossos filhos e ser um alvo prioritário de nossas igrejas.

O caráter se torna mais seguro, se tiver modelos excelentes no pais e nos líderes das igrejas. A glória de Deus brilha mais intensamente em vidas que mostram integridade e buscam a santidade.


Título deste subsídio: As dimensões do Caráter
Autor: Pr. Esdras Costa Bentho

Palavras-chave: Caráter; Temperamento; Personalidade; Vontade de Deus.


AS TRÊS DIMENSÕES DO CARÁTER CRISTÃO

Caráter, sua dimensão etimológica
O termo "caráter" procede do grego "charaktēr" e significa literalmente "estampa", "impressão", "gravação", "sinal", "marca" ou "reprodução exata". O vocábulo português encontra-se na Almeida Revista e Atualizada (ARA), nos texto de Mt 10.41 e Fp 2.22. Porém não traduz o original "charaktēr", mas o grego "onoma" (nome) nas duas ocorrências mateanas e "dokimē" (qualidade de ser aprovado) em Filipenses. A tradução Almeida Revista e Corrigida (ARC) verte a palavra na perícope de Mateus por "qualidade de profeta" e "qualidade de justo". A Nova Versão Internacional (NVI), traduz por "porque ele é profeta", "porque ele é justo".
Não há qualquer contradição nas traduções, uma vez que o substantivo "onoma" permite qualquer uma dessas versões. Em o Novo Testamento, "onoma" significa "pessoas" em Ap 3.4, "reputação" em Mc 6.14 e possivelmente "caráter" em Mat 6.9. O nome (onoma) no contexto hebreu corresponde "as qualidades de uma pessoa". Logo, a tradução de "onoma" refere-se à natureza ou categoria do trabalho realizado pelo discípulo de Cristo, e, não necessariamente ao "caráter", como virtude moral. Já o vocábulo "dokimē", traduzido por "caráter" (ARA), "experiência" (ARC) e "aprovado" (NVI), possui o mesmo sentido de Rm 16.10, isto é, "testado e aprovado". O termo, nesse contexto, sanciona a qualidade moral e a experiência dos personagens envolvidos – Apeles e Timóteo foram testados e aprovados como bons obreiros de Cristo. Literalmente o termo significa "a qualidade de ser aprovado". Essa aprovação somente é ratificada depois que o "caráter" foi minuciosamente testado.
A única ocorrência da palavra "charaktēr" em seu sentido verbal e imediato encontra-se em Hebreus 1.3. No exórdio epistolar, o literato afirma que nosso Senhor Jesus Cristo é "a expressa imagem" da pessoa de Deus. Ele é o "charaktēr" – a "estampa", a "gravação" ou "reprodução exata" – da "hypóstasis" ("substância", "essência" ou "natureza") do próprio Deus.
Um outro termo grego usado para definir o substantivo “caráter” é “ēthos” (hvqoj). Porém, algumas explicações são necessárias. A ética filosófica costuma distinguir entre ēthos e ethos. A diferença está na vogal longa “ē” (ē – thos) que, infelizmente, não possui corresponde em língua portuguesa. Quando os gregos falavam em ethos, com vogal breve, referiam-se à “ética” (ethiké), em latim, mores, isto é, moral. O termo aludia aos costumes sociais que eram considerados valores necessários à conduta do cidadão na pólis (cidade). Todavia, empregavam “ēthos” (hvqoj) quando desejam descrever o caráter e o conjunto psicofisiológico de uma pessoa. Por extensão, “ēthos” se refere às características peculiares de cada pessoa. Esses traços individuais determinavam as virtudes e os vícios que um cidadão da pólis era capaz de levar a efeito. Essas peculiaridades são explicitamente resgistradas por Aristóteles em Ética a Nicômaco. O termo ethos diz respeito aos costumes sociais (At 6.14; 25.16), mas ēthos ao senso de moralidade e à consciência ética de cada pessoa (1 Co 15.33). Os costumes (ethos) designam os valores éticos ou morais da sociedade, enquanto ēthos às disposições do caráter diante de tais valores. No entanto, enquanto na filosofia aristotélica a virtude definia a relação do sujeito com a pólis, no Cristianismo, define, primeiramente, a relação do homem com Deus e, somente depois com os homens. Daí as duas principais virtudes do Cristianismo serem a fé e o amor.
Como observamos, o caráter é a "marca" pessoal de uma pessoa. O "sinal" que a distingue dos outros e pela qual o indivíduo define o seu estilo, a sua maneira de ser, de sentir e de reagir. Também pode ser definido como o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. O caráter, por conseguinte, não apenas define quem o homem é, mas também descreve o estado moral do homem (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27).

Caráter, sua dimensão distintiva
O caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o individuo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que lhe determina a conduta – como a pessoa age. Observe, porém, que uma das características que compõe o ser humano é imutável, inata (temperamento), outra é o desenvolvimento geral dos traços personalógicos do sujeito em determinado momento (personalidade). O caráter, por sua vez, embora intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento da personalidade, forma-se em paralelo a ela. Assim como o desenvolvimento físico de uma criança nos primeiros anos é paralelo ao desenvolvimento mental, o caráter é formado à medida que a personalidade vai sendo construída.


Portanto, o caráter é a forma mais externa e visível da personalidade. Segundo Aristóteles, a disposição moral (caráter) é adquirida ou formada no indivíduo pela prática. Afirma um antigo provérbio que ao “semear um hábito, o indivíduo colhe um caráter”. O caráter, segundo a sabedoria dos antigos, é o resultado de um hábito interiorizado, aprendido através do exercício contínuo das virtudes ou dos vícios. Não deve ser confundido com as paixões (ira, desejos, ódio), muito menos com as faculdades (razão, emoção e vontade), pois essas categorias são naturais, próprias do ser. [1] Consequentemente, a experiência é o palco no qual o caráter age. De acordo com Schopenhauer essa é uma das razões pela qual o caráter é empírico, pois somente com a experiência é que se pode chegar ao seu conhecimento, não apenas no que é nos outros, mas tal qual é em nós mesmos. Afirma o filósofo alemão que “quem praticou determinado ato, tornará a praticá-lo assim que se apresentem circunstâncias idênticas, tanto no bem como no mal”. [2]
Assim sendo, a personalidade determina a forma como o indivíduo se ajusta ao ambiente, mas o caráter o modo como a pessoa age e reage nesse contexto social.
Já o temperamento, segundo a definição histórica dos helênicos, designa o “tempero sangüíneo” do organismo. Os sábios da Hélade sabiam muito bem que o temperamento é profundamente influenciado pela composição bioquímica do sangue, pela hereditariedade, constituição física e pelo sistema nervoso. Por ser biológico, hereditário e internalizado no indivíduo pode ser controlado, mas jamais mutável. O caráter, no entanto, é o “sinal psíquico” do indivíduo, que determina-lhe a conduta. Porém, é desenvolvido, educável e mutável.
Mediante o temperamento, a personalidade e o caráter, o indivíduo afirma sua autonomia; passa a ter consciência de si mesmo como ser humano e também que tipo de pessoa é. Essa descoberta existencial é um processo contínuo.

Caráter, sua dimensão antropo-teológica
Deus criou o homem em duas fases distintas. Na primeira o Eterno forma (hb. asah) a parte somática, corporal e visível do homem, a partir do “pó da terra” (Gn 2.7a). Esse primeiro estágio é chamado de criação mediata ou formativa. Na segunda fase Deus cria (hb. bara) o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7b). Essa imagem entende-se por moral e natural. A natural diz respeito àquilo que o homem é: ser racional (intelecto), emocional e volitivo (vontade). A moral relaciona-se à constituição do caráter, da moral e da ética. Diz respeito à constituição moral do homem, suas disposições intrínsecas que inclui o caráter e a qualidade deste: justo e santo. Antes da Queda, o homem era perfeito em santidade, retidão e justiça. Essas qualidades não procediam do próprio homem, mas eram reflexos dos atributos morais e imanentes do Senhor. Os atributo morais de Deus refletiam-se na constituição do sujeito (Ef 4.24; Lv 20.7; 1 Jo 2.29; 3.2,3). Porém, após a Queda, a natureza moral do homem foi corrompida pelo pecado (Rm 1.18-32; 3.23). Em lugar da justiça, o seu antagônico; em vez da santidade o seu oposto; em oposição à virtude o vezo (Gl 5.19-22). Somente a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a ministração do Espírito Santo, é capaz de revestir o homem de uma nova natureza, criada segundo Deus, “em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24; 1 Co 1.30). É o Espírito Santo que transforma o pecador à semelhança da natureza e do caráter de Cristo (2 Co 3.18; 2 Pe 1.3-7).
Portanto, para que você se torne o homem ou a mulher que Deus deseja é necessário que o seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes dos projetos de Deus para a tua vida. Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas (2 Co 2.14), alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentado por corvos, como Elias (1 Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7).
O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspto. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chamou alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passasse por uma profunda transformação moral.
Se desejares que o Deus de José, Elias e Isaías realize em você o mesmo que fez com eles, coloque o seu caráter no altar do Espírito; apresente a sua personalidade Àquele que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim serás a pessoa que Deus deseja que você seja.

Esdras Costa Bentho
Redator do Setor de Educação Cristã e autor das obras Hermenêutica Fácil e Descomplicada e A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia, ambos

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