quarta-feira, 1 de abril de 2009
A Igreja Perseguida no Marrocos-40ª posição na Classificação de países por perseguição-
O Marrocos situa-se no extremo noroeste do continente africano. Ele está separado do sul da Espanha pelo Estreito de Gibraltar, que compreende 12 quilômetros de extensão. A geografia do país é bastante diversificada: uma faixa litorânea é banhada pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo; a Cordilheira do Atlas toma o norte e o interior do país, separando o litoral das áreas desérticas.
Pouco mais de 30% da população tem idade inferior a 15 anos. É alto também o índice de analfabetismo, abrangendo quase metade da população. O número de alfabetizados entre os homens é maior; quanto às mulheres, apenas 39% delas sabem ler.
Os marroquinos são quase inteiramente formados pela mistura de etnias árabes e berberes. Embora o árabe seja o idioma oficial, dialetos berberes e o francês são bastante comuns.
O atual território marroquino foi objeto de várias batalhas entre as antigas tribos da região e diversos impérios mundiais. Os árabes invadiram o Marrocos em 682 e, em pouco tempo, quase todos os habitantes da região adotaram a religião islâmica, com exceção dos judeus. Berberes do Marrocos foram então recrutados e utilizados na subseqüente invasão e ocupação da Península Ibérica em 711. O poder político do país permaneceu sob domínio do islã desde a ocupação árabe até o século XV, quando os europeus começaram a invadir a região. Portugueses, espanhóis e franceses travaram uma disputa armada pelo controle do país, que acabou dividido entre a França e a Espanha.
Após a II Guerra Mundial, nacionalistas iniciaram um movimento pela independência do país. A França rejeitou essa tentativa até 1956, quando ela e Espanha acabaram por reconhecer a independência do Marrocos, então, reunificado em uma única nação. Em 1957, o sultão Muhammad V autoproclama-se rei.
Atualmente, o Marrocos é governado por uma monarquia constitucional. Sua nova Constituição, aprovada em 1996, promoveu abertura democrática, pois o parlamento passou a ser eleito inteiramente pelo voto popular. Entretanto, juntamente com as reformas de caráter mais democrático, assegurou-se a supremacia do rei.
A influência ocidental é evidente na maior parte das cidades do litoral Atlântico. Isso é visível nas roupas e no comportamento das pessoas. O materialismo parece seduzir alguns: é possível ver nas ruas de Rabat, a capital, e em Casablanca, a maior cidade do país, alguns carros extremamente caros. Muitas pessoas pensam em abandonar o país e emigrar à Europa.
Praticamente todos os marroquinos são muçulmanos, a maioria de tradição sunita. O islã é a religião oficial e os preceitos do islamismo estão profundamente arraigados na sociedade. Não se sabe exatamente o número de cristãos no país, pois há ex-muçulmanos convertidos que não revelam sua conversão.
A Igreja
O cristianismo chegou ao Marrocos ainda no primeiro século da era cristã e muitas dioceses já haviam sido estabelecidas no final do século II. Infelizmente, a Igreja passou por problemas terríveis nos anos subseqüentes devido à perseguição romana, às invasões dos vândalos e a divisões internas. Finalmente, os exércitos muçulmanos colocaram um ponto final na presença do cristianismo na região.
Em 1220, um novo esforço missionário foi iniciado pelos franciscanos, mas a evangelização foi suprimida e a Igreja permaneceu fraca. A atitude positiva de seus líderes com relação ao movimento de independência ajudou a melhorar a imagem do cristianismo perante a opinião pública.
A maioria dos cristãos marroquinos, cerca de 90%, é formada por estrangeiros que vivem no país. O número de ex-muçulmanos marroquinos pode varias de dois a 20 mil, e geralmente evitam atitudes que chamem a atenção de uma forma indesejada.
O país está mais aberto ao cristianismo do que no passado. A tendência é que haja mais artigos em jornais sobre os cristãos marroquinos. Os líderes têm sido interrogados menos regularmente pela polícia.
A Perseguição
A Constituição marroquina assegura liberdade de religião e, apesar de o islamismo ser a religião oficial do país, os estrangeiros podem praticar livremente sua fé. Eles freqüentam cultos religiosos sem quaisquer restrições ou temor de represálias.
Entretanto, o evangelismo é desencorajado pela sociedade. A maioria dos cidadãos vê tais atos públicos como ameaças provocativas à lei e à ordem num país esmagadoramente muçulmano. Também é ilegal qualquer tentativa de se converter um muçulmano. O infrator pode ser punido de três a seis meses de prisão, e uma multa de 10 a 50 dólares. O muçulmano que se converter também é punido: legalmente pela lei islâmica, ou informalmente pela sociedade.
É difícil esconder as atividades da Igreja, o evangelismo em especial, pois as pessoas vigiam umas às outras, e a polícia conta com uma rede de informantes. Se essas atividades da Igreja forem notadas, ou causarem influência social, deve esperar-se um contra-ataque.
A tendência fundamentalista muçulmana está crescendo, e exerce sua influência nas autoridades e na sociedade. Enquanto a Igreja se mantiver quieta, ela será tolerada. A partir do momento que tentar expandir suas atividades, por exemplo, evangelizando, ela será oprimida.
Um cristão fez o seguinte relato: "Quando olhamos para a Igreja marroquina, somos forçados a dizer que o número de marroquinos que fizeram uma decisão por Cristo é limitado. De uma população de milhões de pessoas, há apenas alguns milhares de cristãos. Não há permissão para que nos organizemos como uma verdadeira Igreja e temos de nos reunir em nossas casas. Além disso, há apenas algumas dezenas de igrejas em todo o país - com maior concentração nas áreas urbanas - e é difícil estabelecer um modelo de trabalho eficaz para a Igreja marroquina.
A liderança é fraca, e grande parte de nosso material nos chega ilegalmente. Quando a conversão de um muçulmano ao cristianismo se torna pública, a pressão para que renunciemos à fé cristã é intensa. Somos presos, espancados, e nos oferecem incentivos para que retornemos ao islamismo. Cristãos que pertenciam a grupos muçulmanos severos são os que mais têm problemas.
Demorou um século para a Igreja marroquina chegar ao lugar que está e, portanto, não esperamos um crescimento acelerado agora."
Motivos de Oração
1. Há décadas que a perseguição apresenta um crescimento constante. Ore para que o governo marroquino assegure a liberdade religiosa aos cristãos e para que estes possam cultuar e evangelizar sem restrições. Peça também pela segurança dos cristãos marroquinos e pelo abrandamento da postura do governo.
2. A Igreja não tem liberdade para evangelizar livre e abertamente. Ore para que os cristãos marroquinos continuem a desenvolver meios criativos de difundir as boas novas sobre Jesus e para que seus esforços evangelísticos sejam protegidos da repressão pelo poder do Espírito Santo.
3. Interessados no cristianismo são alvo de intimidação. Contatos com organizações estrangeiras são ilegais e passíveis de condenação à prisão. No entanto, os marroquinos continuam a entrar em contato com programas de rádio cristãos para solicitar materiais de estudo. Ore pela segurança destas pessoas e para que os materiais enviados não sejam interceptados.
4. Estrangeiros cristãos que trabalham no Marrocos têm sido descobertos, presos e expulsos do país. Ore pedindo proteção para estes cristãos e eficácia para seus testemunhos. Novos profissionais estão constantemente chegando ao país para se juntar a este grupo de cristãos estrangeiros que muitas vezes encontra oportunidades discretas para testemunhar.
Dados gerais
Capital Rabat
Governo Monarquia constitucional governada pelo rei Mohammed VI, desde julho de 1999
População 34,34 milhões (58,8% urbana)
Área 446.550 km2
Localização Noroeste da África
Idiomas Árabe, dialetos berberes e francês
Religião Islamismo 98,7%, cristianismo 1,1% judaísmo 0,2%
População cristã 377 mil
Perseguição Algumas limitaçõesRestrições
O islã é a religião oficial, a Constituição, no entanto, garante liberdade religiosa
Fonte:http://www.portasabertas.org.br/
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